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Ácido Glicólico
Descubra para que serve o Ácido Glicólico, um Alfa-Hidroxiácido (AHA) reconhecido por sua alta eficácia na renovação da pele. Sua potente ação esfoliante é indicada para melhorar a aparência de manchas escuras, incluindo a aparência característica do melasma, auxiliar no cuidado da pele com acne e suavizar rugas e sinais da idade. O resultado é uma pele com textura mais lisa, tom uniforme e uma aparência mais luminosa.
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Ácido Glicólico: A Ciência por Trás da Renovação da Pele
Por Dr. Maurizio Pupo, CRF-SP 13.328 Farmacêutico Especialista e Professor de Cosmetologia
O Ácido Glicólico é, merecidamente, o Alfa-Hidroxiácido (AHA) mais estudado e consagrado na dermatologia. Extraído originalmente da cana-de-açúcar, sua notoriedade deriva de uma característica molecular fundamental: ele possui o menor peso molecular entre todos os AHAs. Essa particularidade lhe confere uma capacidade superior de penetração nas camadas da pele, permitindo uma ação profunda e resultados clínicos significativos.
Como o Ácido Glicólico Atua na Pele: Mecanismo de Ação
A ação do Ácido Glicólico é um processo que ocorre em múltiplos níveis da pele:
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Esfoliação Química e Renovação Celular: Na epiderme, o ativo age diminuindo a coesão entre os corneócitos. Isso promove uma descamação controlada e acelera o turnover celular, o processo natural de renovação da pele. O resultado é a remoção de células pigmentadas e envelhecidas, o que responde a dúvida de para que serve o ácido glicólico no clareamento da pele, revelando uma superfície mais lisa e luminosa (Sharad, 2013).
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Estímulo à Síntese de Colágeno: Na derme, estudos demonstram que o uso contínuo de Ácido Glicólico pode aumentar a produção de colágeno e ácido hialurônico. Essa ação é crucial para a melhora da firmeza, elasticidade e para a suavização da aparência de rugas e linhas finas (Bernstein et al., 2001).
Benefícios Comprovados do Ácido Glicólico
Com base em seu mecanismo, o Ácido Glicólico é indicado para o cuidado de diversas condições estéticas:
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Hiperpigmentação e Manchas: Ao acelerar a renovação, auxilia na melhora da aparência de manchas solares e hiperpigmentação pós-inflamatória.
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Pele Acneica e Oleosa: Sua ação esfoliante ajuda a desobstruir os folículos, sendo um importante coadjuvante no cuidado da acne comedoniana e na melhora da aparência de poros dilatados.
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Sinais de Envelhecimento: O estímulo de colágeno o torna eficaz para o cuidado da pele madura, melhorando a firmeza e suavizando rugas.
Contexto Clínico: Concentrações e Comparações
O efeito do Ácido Glicólico depende de sua concentração. Em dermocosméticos de uso diário, concentrações de até 10% são seguras para uma esfoliação eficaz. Comparado ao Ácido Lático (mais hidratante) e ao Ácido Mandélico (mais suave), o Glicólico se destaca pela potência e profundidade de ação. É essencial o uso concomitante de protetor solar de alta proteção, pois a pele se torna mais fotossensível (Babilas et al., 2012).
Compatibilidade e Sinergia com Outros Ativos
A versatilidade do Ácido Glicólico permite sua inclusão em rotinas de cuidados complexas:
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Niacinamida: Uma excelente parceira. A Niacinamida pode ser usada na mesma rotina para ajudar a fortalecer a barreira cutânea e acalmar a pele, minimizando a possibilidade de irritação pelo ácido, além de potencializar o controle da oleosidade.
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Vitamina C: A combinação é um clássico anti-idade. Recomenda-se o uso da Vitamina C pela manhã, por sua ação antioxidante e protetora, e do Ácido Glicólico à noite, para renovação e reparo, evitando a aplicação simultânea para garantir a máxima eficácia de ambos devido às diferenças de pH.
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Retinol: Ambos são ativos potentes para o rejuvenescimento. A combinação deve ser feita com cautela, idealmente em noites alternadas, para permitir que a pele se acostume e para evitar a sensibilização excessiva.
Em conclusão, o Ácido Glicólico é uma ferramenta dermocosmética poderosa e versátil, com um vasto corpo de evidências que validam seus múltiplos benefícios na busca por uma pele visivelmente mais saudável, uniforme e rejuvenescida.
Referências Científicas
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Sharad, J. (2013). Glycolic acid peel therapy – a current review. Clinical, Cosmetic and Investigational Dermatology, 6, 281–288. (PMID: 24302861)
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Bernstein, E. F., et al. (2001). Glycolic acid treatment increases type I collagen mRNA and hyaluronic acid content of human skin. Dermatologic Surgery, 27(5), 429-433. (PMID: 11359487)
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Babilas, P., et al. (2012). Cosmetic and dermatologic use of alpha hydroxy acids. Journal of the German Society of Dermatology, 10(7), 488-491. (PMID: 22515515)
Takenaka, Y., et al. (2003). Glycolic acid chemical peeling for acne vulgaris in Japanese patients. The Journal of Dermatology, 30(11), 785-789. (PMID: 14681498)